domingo, 19 de abril de 2020

Modelo de Projeto de Pesquisa de Mestrado em Educação.


Se você chegou até aqui, muito provavelmente, assim como eu há dois anos atrás, deve ter vasculhado toda a internet e não ter encontrado um modelo para lhe auxiliar na elaboração do seu projeto de pesquisa de mestrado, não é? Pois bem, em 2018, eu vivenciei esse mesmo dilema quando da minha preparação para seleção do Mestrado em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará Ufopa. Pesquisei de forma incansável e não tinha encontrado algo que pude me ajudar de forma concreta. No mais, algumas partes isoladas de projetos. Pensando em ajudar quem possa estar sentido dificuldades na elaboração do seu projeto, pensei em compartilhar meu projeto de ingresso (este projeto não é o que estou pesquisando). Vale frisar, que não é um projeto perfeito. Aliás, você leitor (futuro mestrando) perceberá que o mesmo possui muitas deficiências desde a ordem conceitual como a metodologias e os instrumentos metodológicos a serem utilizados, bem como também, o método escolhido para análise dos dados produzidos. Ainda assim, acredito que servirá de base para construção do seu projeto.
Mais na frente (assim que minha dissertação estiver quase pronta rsrsrs) pretendo fazer alguns posts enfatizando cada parte do projeto de pesquisa.
Dúvidas deixem nos comentários.

terça-feira, 31 de março de 2020

Ao filho que tenho


Hoje, não mais escrevo ao filho que quero ter.
Escrevo ao filho que tenho.
Ao filho que me faz ficar tolo, dengoso, manhoso...
Que me faz traçar diálogos no Bebenês, no iti malia...
Que faz despertar em mim um conceito novo de amar te amando.
Que me faz imaginar dedicatórias acadêmicas em teu nome.
Escrevo ao filho que toma do café que faço,
Que assiste comigo a filmes não comerciais
Que ainda ouve minhas músicas e
Escuta minhas histórias literárias.
Escrevo ao filho que rouba meu lugar no sofá
E que me expulsará da cama.
Que me faz amar...
Que me faz amá-lo...
Que me faz antes de tudo ficar tão bobo imaginando:
Os dias que ainda faltam para te ver sorrindo
Pra te ver andando...
Os dias em que irei acalentar teu choro em prantos.
Te segurando em meus braços e te ninando:
“Dorme neném que a cuca vai pegar, mamãe foi para roça e papai foi trabalhar”.   


Óbidos, 2020    

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Aos olhos semimortos


Tristonhos olhos...
Aqueles olhos que lhe pareceram semimortos.
Eram tímidos
Pareciam carregar em sim certo quê de não sei o que,
Que os faziam rígidos as inconstâncias do momento.
Mas vez ou outra acompanhavam a contração física do rosto.
Eram de vida e morte.
Aliás, diziam que o corpo acompanhava toda a fisionomia do semblante.
Assim, era de toda reflexo do próprio olhar…
Certa vez, fitou-a seriamente.
Encante!
Penetrou, singularmente, na anatomia poética daqueles olhos...
Não queria. Sim, não queria.
Mas como encante (sempre a revelia do ser encantado),
Passou a imaginar aqueles olhos em tudo que via...

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Reflexões de um escritor



“Escrever é um ócio muito trabalhoso”. Afirmou, certa vez, Goethe. Talvez, não para todos. Uns, na primeira tentativa, conseguem preencher as linhas brancas da folha de papel. Outros, depois de inúmeras tentativas, a única coisa que conseguem é a dor de cabeça. Mas não parece haver tamanha dificuldade em escrever. Como diria Neruda, “escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias”. Logico, que Pablo Neruda simplificou todo o processo de composição textual. Deixou de lado os percalços felizes e, principalmente, penosos que Clarice Lispector fez questão de declarar: “cada vez que eu vou escrever, é como se fosse à primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz”.
 Escrever exige competências de diversas ordens. Mas é fato considerarmos não se tratar de dom divino. É um exercício constante do aprender fazendo. Lembrei-me que quando comprei meu primeiro notebook (na finada loja Yamada, em Santarém) me comprometi que escreveria constantemente. Imaginei-me criando em meu blog um editorial semanal que ao dia determinado postaria ali um texto de assunto relevante do momento. No pensamento seria um Millôr caboclo. Não cumpri com a promessa. Passei a perceber que, no meu caso, os textos não me obedeciam. Controlavam o tempo próprio de gestação. Uns nasciam rebeldes à fecundação de alguma leitura especifica. Outros, ainda que fecundados de leituras e experiências passadas, tardavam numa gestação quase que própria: sem dia e hora exata para nascerem. E ainda existiam outros que, prematuros, sobreviviam somente ao primeiro sinal de pontuação.
A cabeça de quem escreve fervilha constante de muitas produções textuais, que a qualquer momento poderão ganhar vida. Exemplo tem diante de teus olhos, meu caro leitor. Saiba que esse texto por dias foi ruminado e ao passo da primeira linha escrita desviou-se de seu objetivo primeiro e caminhou por linhas próprias.  Intuição? Talvez estivesse apenas adormecido. Quem sabe fruto de leituras e reflexões passadas? Mencionando o passado, lembrei-me da leitura da Odisseia motivada pela grande mestra América Mota, na formação do Propedêutico, no Seminário São Pio X. As aventuras do valoroso Ulisses me motivaram a escrever textos com a essência do herói. De igual maneira, Fabiano, de Vidas Secas. Eis uma das condicionantes para se produzir textos: leitura prévia.
Enfim, que para cada texto ceifado no primeiro parágrafo possa nascer mais dois. Pois, a única coisa que não pode jamais acontecer, para quem escreve, é deixar de escrever.